“Normalizem tal coisa!” “Normalizem tal comportamento!”. Você não vai passar uma semana sem ler ou ouvir esse tipo de frase atualmente. 

Acho que essas frases são  importantes. Elas são um protesto contra uma sociedade que ainda aponta milhares de pessoas e comportamentos, e grita: “Anormal! Aberração! Que feio, não gosto! Não posso aceitar!”. 

Mas uma pulguinha atrás da orelha me instiga: por que pedimos para normalizar? Por que é tão importante ser normal? Ser normal é o quê: é estar dentro da norma? Por que somos tão apegados à norma? Se uma coisa deixar de ser anormal para ser normal, isso seria vantajoso para quem?

Fico pensando também no avesso, que é quando a palavra normal é usada com um sentido negativo. Quando “normal” é utilizado para depreciar, para dizer que é algo sem diferencial, sem destaque, sem criatividade. Algo ou alguém que passa despercebido. Sem sal. Sem graça. Medíocre.

Me lembrei agora do Rui e da Vani, interpretados por Luiz Fernando Guimarães e Fernanda Torres, que nos faziam rir tanto dessa palavra. Rir do normal, rir com o normal, rir da ideia de que há algo normal. 

Será que tem um jeito de desnormalizar o normal?

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