A primeira vez que eu ouvi falar em Janis Joplin, eu estava na faculdade (eu sei, eu sei… too late). Uma colega, na cantina, falou: “domingo bom, pra mim, é acordar de ressaca, tomar uma coca-cola e ouvir Janis Joplin”. Eu fui então procurar saber quem ela era. Cacei uns links na internet para ouvir.

Sem ressaca e sem coca-cola, coloquei para tocar despretensiosamente no player do computador (que, na época, tinha caixinhas de som acopladas). E foi uma das experiências mais marcantes que tive com uma intérprete. A voz da Janis se espalhou no meu quarto, no meu imaginário, na minha vida. Gritou, gemeu, sussurrou, ali, bem perto de mim. Desde então, eu adoro ouvir suas cordas vocais vibrarem, sinto que estou ouvindo a alma de alguém. Não me aprofundei na minha pesquisa sobre ela, de modo que pouco sei sobre sua carreira ou sua vida. No entanto, em vários momentos da vida – de ressaca ou não – penso comigo: “acho que a voz de Janis Joplin me faria bem agora…”.

Eu acho que gosto de quase tudo que ouço da Janis Joplin. Então, acho que a minha playlist é meio aleatória. Tem os grandes sucessos e um pouco do meu gosto particular misturados. Acho que é uma playlist boa de ouvir sozinho, seja no banho, no carro, ou no seu carro. Questão polêmica: acho que pode ser melhor ouvi-la sem o intermédio dos fones de ouvido.

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Ulisses Belleigoli é psicanalista, escritor e professor, mas gosta mesmo de ser chamado de contador de histórias. Gosta de cinema, copa do mundo, poesia e ficção científica. É um dos anfitriões da VARANDA.

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