Recentemente, após o lançamento do “O quase último Aum”, pela editora @aquinavaanda, tenho pensado muito em uma expressão: “prender a atenção”. Volta e meia, aparece alguém para me dizer que gostou muito da leitura, que o livro “prende muito a atenção”. Se você pensar bem, essa é uma frase muito utilizada para descrever (elogiosamente) livros, filmes e séries, principalmente os que envolvem uma narrativa.  

Isso me levou a outra pergunta: por que, muitas vezes, queremos uma coisa que prenda nossa atenção? Será que nós também desejamos as coisas que soltam – libertam – nossa atenção? Aliás, qual seriam um bom oposto para “prender a atenção”?

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Talvez essas perguntas sejam proveitosas para pensarmos no que é um produto no mercado do entretenimento. Ficar entretido, querer mais, o próximo episódio, o próximo minuto, sem ter que se preocupar com atenção. 

Será que prender a atenção se relaciona com a arte? Se sim, em qual medida? O que separa a arte do entretenimento? O que os une?

Paulo Leminski anunciou: “Distraídos venceremos”. Será que ele estava ele falando sobre atenções presas? Ou o contrário?

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As crônicas com a tag “Isso foi uma pergunta?” são escritas pelo Ulisses Belleigoli e também estão disponíveis no perfil do Instagram @aquinavaranda.

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