O sol vertical
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MAS SOBRE O QUE É ESSE LIVRO?
Ao mencionar o realismo fantástico que marcou a literatura latino-americana a partir dos anos 1960, Milan Kundera escreve que essa corrente literária é caracterizada por um “extraordinário sentido do real aliado a uma imaginação desenfreada que ultrapassa todas as regras do verossímil”. É nessa tradição que se insere o segundo romance do escritor Rafael Salgado. Em O sol vertical, o leitor acompanha duas histórias principais que se entrelaçam ao longo de toda a narrativa: o destino de um quilombo marcado pelo conflito entre Molina, o idealizador do grupo e portador de um forte ideal de comunidade, e João Congo, o líder das expedições externas e dono da crença de que os quilombolas só serão efetivamente livres depois de se vingarem de seus escravizadores; e a vida de Albano, um descendente de uma família de escravizados libertos (os Turvos) que se apaixona pela filha de um escravizador.
Aliando uma linguagem marcante com uma profunda consciência dos reflexos do sistema escravocrata em um país, O sol vertical escancara as cicatrizes deixadas pela história. Herança, violência, luta, família, destino, desejo e amor: ao narrar uma história que perpassa quase três séculos, Rafael Salgado compõe um painel que retrata o Brasil de ontem e hoje.